segunda-feira, 18 de abril de 2016

Querida presidenta



Giulio Sanmartini
A “doutora presidenta”, vem se atrapalhando com a “última flor do lácio” (*). Umas vezes por infantil prepotência e outras pela mais crassa ignorância.
Como paradigma de sua prepotência, pode ser citada sua teimosia em ser chamada de presidenta, a ponto de exigir que o  Diário Oficial da União adota-se esse triste neologismo  nos atos que provenham de seu gabinete.
Sobre esse barbarismo, escreve com muita proficiência Hélio Fontes em “Olha a vernácula”, vejamos: “No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante.
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não ‘presidenta’ , independentemente do sexo que tenha.
Se diz capela ardente, e não capela ‘ardenta’ ; se diz a estudante, e não ‘estudanta’; se diz a adolescente, e não ‘adolescenta’; se diz a paciente, e não ‘pacienta’.
Um bom exemplo pelas regras do novo português requeridas pela ‘presidenta’ seria: ‘A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela
ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizantas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta.
Assim ela pareceria mais inteligenta e menos jumenta”.
A ignorância da semântica foi praticada nesse dia 25/6. Ela estava recebendo, no Palácio do Planalto, atletas brasileiros que vão disputar os Jogos Olímpicos de Londres, quando um jornalista perguntou-lhe se “o PIB merecia medalha”.
Ela, num raro momento de bom humor, respondeu: “Vocês vão ver só se não (merece). A gente está só no esquentamento”., disse ela, erguendo os braços como quem levanta pesos.
Precisaria que algum assessor explicasse da dona Dilma, que aquecimento é a série de exercícios ligeiros feitos antes de qualquer desempenho atlético. Agora esquentamento é a doença gonorréia. Talvez tenha até lógica, pois o contribuinte por ser tão sodomizado pelo governo possa ter contraído essa doença venérea.

Presidenta, segundo o "Aurélio", é "mulher que preside ou mulher de um presidente", distinta de presidente, que é "pessoa que preside" ou "o presidente da República". O "Houaiss" fala em "mulher que preside (algo)" ou "mulher que se elege para a presidência de um país" para definir presidenta e, para presidente, em "título oficial do chefe do governo no regime presidencialista" -substantivo de dois gêneros. A forma tradicional, comum de dois gêneros, não tem nenhum sentido discriminatório. Mas presidenta tem mais um peso político que linguístico.
Professor e presidente da Vestcon, Ernani Pimentel diz que "presidenta" pertence às palavras "andróginas, hermafroditas ou bissexuadas", como "pianista", "jovem", "colega", comuns de dois gêneros. Terminadas em -nte (amante, constante, docente, poluente, ouvinte...), não usam o / a para indicar gênero. O fator linguístico a limitar essa "androginia", tornando a palavra só masculina ou feminina, é o artigo ( o amante, a amante); o substantivo ( líquidoou água poluente); o pronome a ela ligado ( nosso ou nossa contribuinte). Ao oficializar "presidenta", diz Pimentel, arrisca-se a "despender energia", criando "amanta", "constanta", "docenta", "poluenta", "ouvinta"...

  A palavra presidente deve ser aceita como descrita, já que não remete ao masculino ou feminino, percebo uma palavra neutra e que necessita do artigo adequado para lhe indicar o sexo de quem a usa, por favor não queremos também ter um presidento! Os textos acima acalentam-me o que penso, ontem durante a votação pelo afastamento ou não "da presidente", trocaram o termo doloroso ao ouvido por "tchau querida", o substantivo masculino interjetivo italiano bem certo deu mais requinte aos diálogos dos esfomeados deputados.
  Não sou um especialista da língua, apenas um usuário que lhe quer bem.
Roberto Marcelo

terça-feira, 29 de março de 2016

Minha grande lição

   A manhã de sábado surgiu ensolarada, era o dia 5 de março de 2016 e, como sempre cheguei atrasado para a aula de filosofia, por sorte muitos se atrasaram também o professor.
   As aulas se seguiram, professor Fabio com a Filosofia e Professor Leonardo enfoca o livro de Jó, em seguida o devocional, o professor Vinicius usando palavras como navalhas precisas às dava sentidos no seu falar suave, após veio o almoço com os amigos e na sequencia o professor Emmanuel e suas aulas de história da igreja que nos faz voltar ao tempo dos pioneiros. Por fim entra em sala o professor Franklin Dantas descontraído e provocador como sempre e, é então que uma das mais belas aulas que já assisti se deu.
Havia uma discussão sobre ética em sala, se de fato Jesus o Cristo quanto lhe apresentaram uma mulher apanhada em adultério deveria ou não ser apedrejada como mandava a lei da Torá judaica. Alguns dos colegas diziam que Jesus não foi ético e outros afirmavam que sim, ele havia sido ético, e a discussão seguiu-se, até que o mestre levantou-se e dirigiu-se até o quadro na parede e ali começou a esboçar uma ideia da racionalidade de Jesus e o quanto ele fora ético e no meio das muitas palavras o professor Franklin começou a chorar.
   Os anos noventa também me marcaram de forma significativa, li um livro que jamais saiu do meu coração, A última grande lição de Mitch Albom. Narra o livro que Mitch no dia de sua formatura ao presentear seu velho professor Morrie Schawartz com uma pasta que continha as iniciativas do nome de seu mestre, Morrie passa a chorar copiosamente. E desde então esse livro me tatuou, não em decorrência das aulas de conversação que tiveram sobre a vida humana e suas realizações, mas pelas lágrimas do professor a seu aluno.
   Frequentei as cadeiras de ensino durante 47 anos, o antigo primário, o ginasial, o colégio onde tive excelentes professores, frequentei duas escolas militares pesadíssimas, um curso de instrumentador em cirurgias periodontais, dois cursos de enfermagem, bacharelei em jornalismo e sempre a pensar na cena de Mitch e seu professor Morrie a lacrimejar, nunca havia experimentado tamanha grandeza, mas a vida nos leva por caminhos inexplicáveis e, por fim hoje mais uma vez sentado na cadeira de ensino com todo prazer que me é possível, aprendo teologia em um curso de caráter superior, conheci o professor Franklin Dantas que me provocou, ensinou, e neste sábado inesquecível chorou e fez-me, a alma, também chorar, dizia ele com a voz embargada pelo momento: Jesus mandou que cumprissem a lei, mas decretou que atirasse a primeira pedra aquele que ali não tivesse pecado algum. Os malvados homens se retiraram um a um e nas palavras do professor Dantas, mesmo quando uma pessoa esta condenada à morte, Jesus encontra um meio de salvá-la da pena capital, que com um cuspe, um dos mais nojentos excrementos humanos ele dá visão ao cego. Inaudito e egrégio.
   Via meu mestre a explicar uma atitude tão bela de seu mestre maior e eu enfim, experimentei a tamanha grandeza e libertei-me do livro a Última grande lição, para escrever a minha própria história na rapidez dos meus dias e preencher um coração que necessita amar, este amor tão nobre do Cristo libertador.   

terça-feira, 22 de março de 2016

A Bélgica Chora



Meus mais profundos sentimentos pela Bélgica, por Bruxelas e por todos Belgas espalhados pelo mundo, choro com vocês, por essa lamentável tragédia, em decorrência de uma causa desnecessária, assassina e desumana, que tirou a vida de pessoas inocentes. 

sexta-feira, 11 de março de 2016

Rita de Cássia uma contadora de histórias


 No dia treze houve um pouco de tudo, o General Costa e silva viajou ao Japão, Pelé também era garoto propaganda dos Dropes Ducora, enquanto via o rebento de sua filha Kelly Christina.
 E mais, Índia, Canadá e Polônia estudavam a paz no sofrido Vietnã, o passe futebolístico do grande Garrincha estava à venda, o possível local de sepultamento do mestre Jesus em Jerusalém estava em obras, o cruzeiro estava no céu quanto na moeda brasileira, MEC liberava quinze bilhões e trezentos milhões de Cruzeiros para educação nos Estados, e por falar em economia, um dólar equivalia a dois mil e duzentos e treze cruzeiros, ou seja, pouco mudou. Maria Della Costa voltava ao seu teatro como comediante, o jornal a Folha de São Paulo chegava a sua edição número treze mil e setecentos e vinte e cinco e a temperatura era agradável, não chovia e oscilava entre dezessete a vinte e sete graus.
 Neste mesmo dia treze, também aconteceu um fato importante para uma família pobre chegada a pouco tempo do nordeste brasileiro, nascia sua filha de número quatro, Rita de Cássia dos Santos. Nasceu na cidade de São Paulo no mês de Janeiro de um mil e novecentos e sessenta e sete, na antiga maternidade Nossa Senhora da Conceição no bairro do Brás, mais conhecida como Hospital Vinte e Um de Abril, nome da mesma rua de sua fundação, hoje já extinta, a rua permanece por lá! Penso que os hospitais e as escolas jamais deveriam encerrar suas funções. Filha de Francisco e Iraci, assim que nasceu prematura em decorrência de uma depressão que sua mãe vivia, já que perdera o pai para um enfarto sete dias antes. Durante o parto Rita foi arrancada a fórceps e teve sua Clavícula quebrada, depois de alguns dias internada, chegou a sua casa no bairro de Itaquera toda enfaixada, as irmãs curiosas queriam lhe cuidar, porem sua tia Maria Helena se apaixonou por ela e não permitiu que as irmãs lhe tomassem no colo, Maria Helena o fez e mais , presenteou, lhe forneceu tudo de que necessitava e esteve do lado da menina, enquanto a mãe recuperava-se. Esse carinho seguiu-se até a morte de Maria Helena há alguns anos atrás.
 Rita Cresceu, estudou em escola pública, quando de férias das aulas, ela e o irmão caçula junto com funcionários lavavam todas as salas de aula sem receberem nada por aquilo, apenas como gratidão de poderem frequentar as cadeiras de ensino. Ao quatorze anos iniciou-se no trabalho, casou-se e teve um filho, ao qual deu-lhe o nome de Roger Alexander. Cursou ensino superior em letras e se bacharelou, conheceu o mundo em cada férias que tirava do serviço, e esteve em Abaetetuba, Paris, Londres, Lisboa, Maceió, Rio de Janeiro, Tiradentes, Berna, Bento Gonçalves, ... E por fim no ano de dois mil e quinze realizou um grande sonho fez sua pós-graduação em “A arte de contar Histórias com abordagens filosóficas, literárias e performáticas”. E no dia trinta de novembro de dois mil e quinze, Rita de Cássia alcançou o seu objetivo, se formou novamente e, em uma noite cercada por seus orientadores, amigos, as irmãs que a viram enfaixada em seu nascimento e do irmão que ainda não havia nascido no ano de sessenta e sete, fez o mais belo, contou suas histórias, que nos chegaram aos olhos de forma gratuita e bela.
 Hoje entre o trabalho no Cine SESC e suas viagens, inovou-se com seu ócio criativo, conta suas belas histórias aos moradores de rua e aos frágeis pacientes do Hospital público Professor Doutor Waldomiro de Paula em Itaquera, como todo trabalhador tem sua ferramenta, Rita de Cássia também tem a sua, a Bíblia sagrada e distribuí a eles as palavras em forma de histórias, atitude gentil, celebre coragem e coração, é isso.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O menino que só assistia por Jaqueline do Estante Alada


Jaqueline do Estante Alada, fez uma crítica sensata sobre o livro O menino que só assistia. Aproveito e deixo um grande abraço a ela e que o seu trabalho muito tem contribuído para a leitura em nosso país. Parabéns Jaqueline!