quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A casa de pensão

Esta poesia escrevi no ano de 2004, quando passava algumas dificuldades impostas pela vida.

A casa de pensão
Não vejo meu pai
Nem meus pés
Os devaneios todos acorrentados em cordinhas de varal
Eu vivo no último bastião
No meio do peito uma solidão a me torturar
O chão repleto de coisas
Neste mesmo chão uma antípoda desejando-me saída
Não saio
As portas se abrem
Abrem-me
Águas para todos os tamanhos de meu corpo
Pobreza dividida
Miseráveis migalhas
Miseráveis que somos todos
Nos olhos vejo arrastar-se uma intifada
E meus gritos de socorro
Inúteis
O velho, o comandante e seus tangos
Falou, me disse:
É a casa de todos
É a casa de um qualquer
É a minha casa
A casa de pensão

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O menino que só assistia



Onde a paixão de uma pessoa por algo pode levá-la? A Artur Afonso do Céu a paixão pelo cinema o levou a todos os cantos do Brasil. Quando criança, um dia sonhou em ser um filme e nas andanças pelo mundo e com o passar dos anos, assistiu a grandes telas e a histórias de vida. O que não imaginava é que nesse trajeto compunha a sua própria película, com dramas, romances, suspenses, comédias e aventuras.

O final, esse não pode ser desvendado, mas o filme ele se torna. Expectador e personagem principal unem-se e constroem uma obra daquelas que se tornam inesquecíveis. Mais uma vez, Roberto Marcelo, escreve sobre a vida e nos instiga a não querer mais largar suas palavras em busca de desvendar cada acontecimento; como a nossa própria existência, que nos excita a acordar cada dia tentando decifrar a nossa própria história.

Carolina Vilela Jornalista